segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

if you've said you're gonna take me in a four-month adventure, i would've never bought it.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

todos os dias

alinhavar os círculos de gravidade.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

vem cá, me deixa te contar uma história. você lembra daqueles irmãos que costumavam correr para o sal logo cedo na manhã? quando para nós ainda era asfalto sujo, para eles já era fuga no horizonte. mergulhar em areia nunca me pareceu a mais completa das sensações; mas dava um inveja ao vê-los, não dava? cansados da felicidade estrilando os dentes; mergulhar e não voltar jamais; morrer um pouco ao entregar-se; morrer sempre, novamente, mais uma vez.

hoje eu acordei e lá, da janela, estavam eles. correndo, sempre.

sábado, 22 de janeiro de 2011

a questão não é a receita do bolo, mas a passagem, o calendário, o hotel na times square. o telefonema perdido com ela - casada, descasada - mandando trancar bem a porta e correr.

dos lençóis, lembro do sorriso. do nosso, do construído, do arrendondado, duas xícaras quentes, asas grandes, vista para o indizível. me conta da volta, eu conto do fico.

não: me conta dos pratos limpos, aqueles onde você deixou uns versos por fazer.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

at camden

hey, do you remember shake your hips? what? 'don't move your lips...' oh, yeah, i just love it. do you know mick jagger wrote that song for my mom? i can't believe it. yeah, yeah, my mom is french, y'a know, and jagger just met here at cannes when they were, y'a know, exiled. i do not believe that; you have to prove me. ok, do you really remember the tune? yeah. so, right at the first minute, when mick is just whispering something, if you REALLY pay attention, he whispers 'hey, lile, come here'. that's the name of my mother - he's calling her. ok, so now you're just gonna tel me you're mick jagger's daughter. no, i'm brian jones'.

(...)

i am the man on the mountaaaaaaaaaaaaaaaaaain. shut up! they are gonna arrest us. for what? singing rolling stones? if we were singing, i dunno, let's say, kanye west, they could arrest us. i am the man who brings you roseeeeeeeeeees when you ain't got nooooooooooooooooooone.

(...)

say, let's do that: you go back to america tomorrow, right? and we're gonna write letters and postcards and etc. however, here's a better plan: we are going to send each other, every week, a tape with a song. and we are going to learn how to play it and how to sing it. so, in six months from now, when we will be back in london, we are going to perform all those songs in hyde park. and people will just say: FOLK MUSIC IS NOT DEAD!

you're just drunk.

(but that doesn't mean that i don't like that goddamn idea)

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011



apesar do seu silêncio, eu sigo.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

songs about innocence:
have you felt the subtle wind
- a map, maybe
writing innocence songs on your back?

or it was just you,
- a map, maybe
a fog whisper
that was
crossing the road
and called me right along?

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

24 horas acordada, trajeto liverpool - londres: já te contei como eu adoro andar de ônibus e perder o olhar no campo? maybe that's just about it: i'm a country girl, after all. tanto a fazer (de quem é mesmo aquele rosto? acho que eu o conheço, somewhere maybe), realmente não meto meus chifres na comida inglesa, os pratos e as porcelanas, as toalhas que desaparecem e viram bandeiras. ah, isso sim.

distance is a sea place to be.

quero te contar tudo agora antes que morra - vai, atende! senão, vou esquecer, trocar as bolas, os nomes, as fotografias. rostos que se perdem na multidão: preciso te contar da "celebridade" que cruzou a minha paradise street em liverpool. (tá frio aqui e ainda não são nem oito)

quebrei o polegar esquerdo.

se você lembrar EXATAMENTE onde estávamos há um ano atrás, eu te conto como. otherwise, you have to guess.

sabe, você faz falta. olhar pros teus olhos medrosos faz uma puta falta.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

my dear,

A sensação de perder-se e encontrar-se em uma cidade que ainda não é totalmente sua deve ser o mais perto da definição de liberdade (lembra de Cecília?) A cada vez que eu passava por uma rua e pensava: aaaaaaaaaaah, so THIS is where I'm heading to, eu andava mais uma casa no tabuleiro Londres.

Como eu gosto dessa cidade, como eu me sinto em casa, aqui. Mais que do que no Rio, mais do que em qualquer lugar. Eu não conheço nenhum lugar after all, minhas andanças pelo mundo estão apenas começando (já te disse que vou passar meu aniversário na França?), mas meu beloging é totalmente à Londres. Home. Safety. É onde me encontro, me desvendo, me rasgo e me engulo - eu devoro cada rua de Londres como se fosse a minha. O Thames at night... Sair do Tate Modern e deparar-se com o Thames, iluminado, revolto, onduloso e mágico. Caminhar por calçadas que são assim, estiveram assim e permanecerão assim pela história da humanidade! Inglaterra é história, história, história. É conhecimento do mundo.

Comprei um livro de contos ótimo de um japonês. Chama-se The Elephant Vanishes. O cara escreve que só. Uma delícia ler em inglês e aprender mais & mais & mais palavras. English is my mother language, boy.

Ontem, no Tate Modern, inspirada por um pintor português, sentei diante dos quadros dele e comecei a desenhar. É um início, mas vamos caminhando. Fiz muitas anotações sobre o processo de composição dos artistas contemporâneos - esse cara, por exemplo, fotografa em P & B, silka numa tela, cobre com acrílico e desenha nas partes em branco com carvão. Fica do caralho. O Andy Warhol fotografa as pessoas, silkava com nuances propositais de impressão e pintava em óleo. Aprender, aprender, aprender. É só isso que eu quero na vida.

Ah, e esse fim de semana vou a Liverpool! Já disse isso? Devo ter dito. Próximo fim de semana vou a Portsmouth, extremo-sul da Inglaterra, onde a Ana morou por quase um ano (casou-se, imprimiu o caderno de desenhos, bla bla bla, toda a história). Eu, meu caderno de desenho LINDO que você me deu, minha camerinha 1920x1080 px e meu iPhone seremos muito felizes em Portsmouth. E eu espero que você esteja muito feliz aí também. Porque eu te amo pra caralho e quero te ver feliz sempre.

Acho muito legal quando eu vou comprar qualquer coisa na rua e as pessoas perguntam: Where are you from today, love? Tenho vontade de responder: Today, I'm from France but tomorrow, maybe I'll be Scottish. (Claro que eu sorrio e digo que sou brasileira, mas enfim). Os ingleses são warm e cosy e têm essa maneira delicada e elegante de serem warm and cosy sem perder a formalidade. That Kate Middleton type of look, you know?

Uau, já são 8:22 por aqui e eu tenho zilhares de coisas a fazer.

Meet me at Tottenham Square Tube station by 3 p.m!

Luv always,

domingo, 9 de janeiro de 2011

sobre somewhere, da sofia coppola

i'll try anything once.

cezar, césar ou césares

this poem has nothing to do with me:
it owns you.
comes out from your flesh
and bones -
surrenders you.

this poem walks with you:
side by side.
and when you try at dawn
unsuccessfully, doubtedly
to sleep -
me
reading it to you.

sábado, 8 de janeiro de 2011

i would like you to know that my waves are born at your feet.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Londres cheira a desejo, a labirinto, à epifania. Eu mordo Londres. Tastes like heaven; heavenly reality. Cruzar a Tower of London, ver o Tâmisa, virar à esquerda, passar por Earl's Court, onde eu estive pela primeira vez, cruzar o pub australiano com a placa do Pink Floyd. Passar por Chelsea e ouvir, como um rasgo na pele, I went down to the Chelsea drugstore to get your prescription pills.

Amanhã é dia de Notting Hill. Comprar casaco, bota, livros (tentar encontrar, à la Proust, a tal da edição de Alice in Wonderland, ilustrada de 1954, que eu vi há um ano e não levei, por achar 15 pounds too much). Chove.

Sexta-feira: maps of England e bichos que vão virando coisas.

(para você, só para você)

Existe uma diferença
- uma linha,
entre o azuli e o lilás.
Ambos crescem em labirintos, desenvolvem rabos, tercetas e outras ânsias de menor grado.
Dizem até que o azuli ensinou o
lilás a construir mapas e rugidos.
(mas quando você dorme, é o lilás que corre em reconforto, contra a gravidade
e a madrugada)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A única razão para não assumir nada, não ter um laço mais concreto: o véu é você. Tal qual um sopro, esperar a rajada que não vem; renascer no deserto nunca torna-se uma opção. Nós não vamos ficar juntos e a verdade é essa. Minha consciência de Zeno, agora, dorme tranquila: não foi por falta de meu querer. A responsabilidade é sua e você a carrega para onde for.

Portanto, devolvo seu coração como queira: afinal, ele nunca foi, realmente, meu.