domingo, 21 de dezembro de 2014

na estação um cansaço de
ter tragado duzentas manhãs
a língua enrola nos últimos passos
arreganha a fronteira
imediatamente você fecha os olhos
são toneladas de peso para
cruzar a última linha
àquela onde não se ouvem mais gritos
um baixo senhor puxa o tapete vermelho, porém
quem é você, verker?
estará verker conosco?
hoje verker lê poemas?
enquanto você se movia no café de kreuzberg
ocasionalmente
foram notados lampejos de felicidade

domingo, 7 de dezembro de 2014

procuro uma história pra contar procuro uma história pra contar procuro uma história pra contar 


há quase um ano não escrevo uma linha de poesia. ouço, observo, me disperso muito. fomos ao mauer park hoje. do que mais gostei: os refletores imensos voltados para o lado além do muro. as árvores retorcidas. verde escuro, vinho, terra. e azul claro. um azul muito claro. talvez falte capacidade de abstração. me disperso em imagens caudalosamente em imagens. não sei se é exatamente tristeza, prefiro acreditar mesmo em distração. ou talvez esta seja mesmo a dança.